Pesquisadores alertam para uma possível contaminação de microcefalia pelo mundo
- Multiversolab7
- 17 de set. de 2016
- 2 min de leitura

O mundo pode se preparar para uma epidemia global de microcefalia, uma condição que restringe o crescimento da cabeça em fetos pelo Zika vírus, e se enraíza em novos países disseram pesquisadores. Os cientistas do Brasil e da Grã-Bretanha disseram ter encontrado evidência adicional de que o Zika é o que causa a doença, muitas vezes debilitante, uma conexão já amplamente aceita nos círculos médicos.
Em um estudo realizado com recém-nascidos no Brasil aproximadamente metade dos 32 recém-nascidos com microcefalia haviam vestígios de vírus Zika em seu sangue ou fluido cerebrospinal, relatou a equipe. Nenhum dos 62 recém-nascidos com cabeças normais testou positivo para Zika em seu sangue. Esta é uma associação bem contundente, escreveram os pesquisadores na revista The Lancet Infectious Diseases Journal. Levou-os a "concluir que a epidemia de microcefalia é um resultado de infecção congênita (adquirida antes do nascimento ou no primeiro mês de nascimento ) do Zika vírus".
Se este for o caso, "devemos nos preparar para uma epidemia de microcefalia se expandindo em todos os países que já lidam com a transmissão do vírus e para os países onde a transmissão do vírus é susceptível de se espalhar", escreveu a equipe. "Sugerimos que nos prepararemos para uma epidemia global de microcefalia e outras manifestações da síndrome de Zika congênita." Os pesquisadores também propuseram a adição de Zika a uma categoria de infecções congênitas conhecidas por acontecer antes ou durante o nascimento. A lista inclui a toxoplasmose, sífilis, rubéola, citomegalovírus, HIV e herpes.
Zika é um vírus transmitido principalmente por mosquitos, mas em casos raros, pode ser passado por via sexual. Na maioria das pessoas, incluindo mulheres grávidas, é benigna, com leve ou sem sintomas, não há cura e não há vacina. Um surto que começou em meados de 2015, tem sido associado a microcefalia e raros problemas neurológicos tais como a síndrome de Guillain-Barre (GBS), que pode resultar em paralisia e morte. Mais de 1,5 milhões de pessoas foram infectadas com Zika, principalmente no Brasil, e mais de 1.600 bebês nasceram com microcefalia desde o ano passado, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Pesquisadores dizem que foi o primeiro estudo para comparar as crianças com microcefalia a uma amostra de "controle" de crianças saudáveis e dois controles para cada bebê malformado. Usar o grupo controle é uma maneira para os cientistas testarem o impacto de uma única variável, neste caso a infecção por Zika entre dois grupos que são o mais semelhante possível. Oitenta por cento das mulheres que deram à luz a bebês com microcefalia tinham sido infectadas por Zika durante a gravidez, em comparação com 64 por cento das mães que tiveram uma prole saudável. Isto significava uma percentagem muito elevada de mulheres grávidas em geral que foram infectadas em área de epidemia do Zika no Brasil.
Estes foram os resultados preliminares disse a equipe, há mais outros 400 bebês com Zika incluídos no estudo a serem seguidos depois. Curiosamente, a equipe descobriu que nem todas as crianças com diagnóstico de microcefalia tinham anormalidades aparentes em imagens do cérebro. Em março deste ano, Doutores no Panamá identificaram um bebe nascido com microcefalia causada pelo Zika vírus. A mãe reportou não ter tido nenhum sintoma que apontasse a contaminação.
Referência: http://medicalxpress.com/journals/lancet-infectious-diseases/
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