A combinação do que vemos com a mente
- Multiversolab7
- 28 de set. de 2016
- 2 min de leitura
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Georg Keller e seu grupo no Instituto Friedrich Miescher for Biomedical Research (FMI) identificaram a atividade de neurônios no córtex visual e puderam prever um próximo estímulo visual. Esta atividade surge com a experiência e é integrada com a entrada (input) sensorial. O que percebemos é, portanto, uma combinação do que nós esperamos ver e o que realmente vemos.
Acontece com todos nós: Não conseguimos perceber novos óculos de um amigo, novo penteado da(o) namorada(o), ou um erro de digitação no título de um paper. Nós simplesmente não vemos o que está bem na frente dos nossos olhos. Georg Keller e sua equipe descobriram que essa mescla não acontece por acaso e podem ser explicados biologicamente.
Em um estudo elaborado publicado na revista Nature Neuroscience, os cientistas mostram que, com a experiência, determinados neurônios no córtex visual preveem inputs visuais específicos em situações claramente definidas. Keller explica: "O cérebro gera previsões do que veremos. Por exemplo, quando vemos uma pessoa dia sim, dia não, nós sabemos o que esperar e "criamos " uma imagem interna daquele rosto; essas expectativas influenciam o que nós realmente vemos. "
Nos experimentos, os ratos aprenderam a navegar através de um túnel virtual, com padrões diferentes na parede do túnel servindo como pistas visuais. Conforme os ratos ganharam experiência, uma resposta específica foi observada em neurônios claramente definidos do córtex visual que foram preditivos no próximo estímulo. De acordo com o primeiro autor Aris Fiser, um estudante PhD no laboratório de Keller: "Essas células estavam ativas antes de uma pista visual aparecer nas paredes. Ao olhar para estas células, você poderia prever o que o rato iria ver a seguir." Os sinais destes neurônios foram então transmitidos ainda dentro do córtex visual e integrados com os sinais sensoriais provenientes do olho.
Além disso, se o rato não encontrar um estímulo esperado, um subgrupo de neurónios no córtex visual respondeu de forma seletiva e forte a sua ausência. Keller comenta: "Nós mostramos que o processamento visual é fortemente influenciado pelas expectativas. Estas expectativas são formadas através da experiência que tanto podem suprimir e melhorar as respostas, como pode cometer desvios. Desta forma, a percepção visual é provavelmente uma combinação do que nós esperamos ver e o que realmente vemos. "
Fonte: http://www.nature.com/neuro/journal/vaop/ncurrent/full/nn.4385.html
http://medicalxpress.com/news/2016-09-what-you-is-not-always.html
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