top of page

Bebês e heroína: Estudo mostra como derivados do ópio afetam nossa empatia

  • Multiversolab7
  • 22 de set. de 2016
  • 3 min de leitura

Um novo estudo piloto descobriu que a dependência de opiáceos (substâncias derivadas do ópio que atuam nos receptores opioides neuronais), que inclui a dependência de drogas como a heroína, afeta o quanto nós achamos ser "fofas" imagens de bebês. Como a fofura pode desencadear uma motivação ao cuidado, este resultado indica que o sistema opioide pode ter efeitos significativos sobre a nossa capacidade de cuidar dos outros. As implicações disto podem ser consideradas em qualquer utilização médica ou recreativa pelo uso do opioide.

Dependência de opiáceos, que inclui drogas ilícitas como a heroína, bem como medicamentos comumente prescritos para a dor, afeta mais de 4 milhões de pessoas nos EUA. Ela está associada a respostas reduzidas para recompensas naturais, bem como um comportamento social anormal, como o crime e a paternidade disfuncional. Agora, um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos está usando a nossa resposta normal a 'fofura' dos bebês, (um conceito descrito pela primeira vez pelo famoso etólogo austríaco Konrad Lorenz como Kindchenschema) para testar experimentalmente os efeitos da cognição social em indivíduos com dependência de opiáceos.

"O esquema do bebê", como é chamado o conjunto de características visuais típicos de bebês humanos e animais, que os torna mais adoráveis ou fofos. Estas incluem características como olhos grandes, grandes testas e pequenos queixos, isto porque com a evolução temos reconhecido inconscientemente como crianças que invocam mais atenção e cuidados, tanto assim que nós incorporamos esses recursos em bonecas, personagens de desenhos animados, anúncios, e até mesmo em design de carros, etc.

Pesquisa anterior realizada por pesquisadores das Universidades da Pensilvânia (EUA) e Muenster (Alemanha) mostrou que a resposta aos retratos de bebê produz motivação para a vigilância e resposta na área do cérebro associada com recompensa proporcional ao teor dos retratos (Glocker, et al, Proceedings da Academia Nacional de Ciências dos EUA, de 2009, e Glocker, et al, Etologia 2009: veja abaixo a citação completa e reconhecimento dos direitos de imagem).

Professores Daniel Langleben, An-Li Wang e sua equipe da Universidade da Pensilvânia, levantam a hipótese de que o abuso de opioides cronicamente pode afetar a resposta do cérebro ao "esquema de bebê". Eles recrutaram 47 adultos dependentes em opioides que estavam iniciando o tratamento com um bloqueador chamado naltrexona e mediram como eles responderiam à tarefa do esquema do bebê durante a gravação de sua atividade cerebral usando um scanner fMRI (Ressonância Magnética), antes e após 10 dias de tratamento com naltrexona.

Segundo o professor Daniel Langleben:. "Descobrimos que os cérebros de pessoas com dependência de opiáceos não respondem ao esquema do bebê. Quando eles receberam uma droga que bloqueava os efeitos dos opioides, a resposta tornou-se mais semelhante às pessoas saudáveis. Este pode indicar o mecanismo que explica alguns problemas de déficits cognição social em pessoas que abusam de opioides.

Em resumo, o tratamento com moduladores de opioides parece estar mudando a resposta do cérebro ao esquema do bebê e pode modular a nossa motivação para cuidar dos outros. Nossos dados também levantam a questão de saber se medicamentos opioides podem afetar a cognição social em geral. Dependendo do contexto clínico tal efeito poderia ser desejável ou não. Os opiáceos são alguns dos medicamentos mais comuns no mundo, muitas vezes tomadas a longo prazo, então isso é algo a se considerar ".

Nos EUA estimativas sugerem que 14-22% das mulheres grávidas receberam prescrição de opioides durante a gravidez e há um aumento na prevalência de distúrbios com uso de opioides.

Fonte: http://medicalxpress.com/journals/proceedings-of-the-national-academy-of-sciences/

Comments


Gostou do nosso site? Ajude-nos a mantê-lo atualizado.

Doar com PayPal
bottom of page