Como os fusos do sono alteram nossa percepção dos ruídos do ambiente?
- Multiversolab7
- 11 de ago. de 2016
- 2 min de leitura

Durante o sono, a nossa percepção do ambiente diminui. Contudo, a extensão que o cérebro humano responde a ruídos ao seu redor durante o sono permanece obscura. Em um estudo publicado esta semana na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), pesquisadores da Universidade de Liège (Bélgica) utilizaram a ressonância magnética para estudar as respostas aos sons durante o sono. Eles mostraram que a atividade cerebral em face de ruído é controlada por ondas cerebrais específicas durante o sono. Em particular, as ondas chamadas sigma para impedir a transmissão de sons para regiões auditivas do cérebro. Por outro lado, quando os sons são associadas a ondas cerebrais chamadas 'complexos K', a ativação de áreas auditivas é maior (estas duas faixas de ondas cerebrais ocorrem no estágio 2 do sono). A nossa percepção do ambiente é, por conseguinte, não continuamente reduzida durante o sono, mas varia ao longo do tempo sob a influência de determinadas ondas cerebrais.
Neste estudo, a equipe de pesquisa liderada pelo Dr. Thanh Dang-Vu e Prof. Pierre Maquet (Ciclotron Research Center, Universidade de Liège na Bélgica) mostra que a atividade cerebral induzida por sons durante o sono, depende de ondas cerebrais que constituem nosso sono.
Usando ressonância magnética funcional (fMRI, em inglês), combinada com a eletroencefalografia (EEG), os pesquisadores evidenciaram que regiões do cérebro auditivo permanecem ativas em resposta a sons durante o sono [ver imagem, painéis esquerdo], exceto quando os sons ocorrem durante as ondas cerebrais chamadas ondas sigma. O estudo mostra que, de fato os fusos previnem a transmissão de sons para o córtex auditivo [ver imagem, painéis à direita].
Por outro lado, os sons podem induzir, durante o sono, a produção de ondas cerebrais chamadas complexos K (no segundo estágio do sono) . Os resultados trazidos por este novo estudo demonstram que a produção de complexos K por sons está associada com uma maior ativação de áreas cerebrais auditivas. Enquanto as ondas sigma evitam a transmissão de sons, os complexos K representam uma transmissão mais clara de sons para o cérebro que está dormindo.
Os efeitos do ruído sobre o sono são, portanto, controlados por ondas cerebrais específicas. Em particular, o cérebro humano é isolado do ambiente durante os fusos do sono, o que pode proporcionar funções essenciais para operar, tais como a consolidação da memória e a informação previamente adquirida ao longo do dia. Estas ondas cerebrais, assim, desempenham um papel crucial na qualidade do sono e da estabilidade em face do ruído.
Fonte: http://medicalxpress.com/news/2011-09-brain-impact-noise.html
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